07 dezembro 2009

Cemitério de Formigas

Olhe só a muda reza.
A reza do mundo, não a da doença.
Eles querem que deste, a dor prevaleça.
Não, não os impeça.

Os pequeninos, olhe como choram.
De fome, de desespero, de visões despidas.
Apenas a morte, em cada pressa eles montam
Sob um por um, seus corpos, suas órbitas.

-o que pretende, pobre criança?
-criar um novo mundo, minha senhora.
-o que houve com este que criaste com tanta esperança?
-afoguei-o em dilúvio, meu dilúvio, disto que nasce quando entristeço.
-e por que entristeceste?
-do barro, da costela, criei a traição, a dor e as espinhas nas rosas.
-que fim levou o velho mundo?
-transformei-o em cemitério de lástimas, enterrada, lá está, a minha angústia.
-e de que maneira irás criar o novo mundo, sofrido criador?
-ainda não sei, mas sei que desta vez levará mais que sete dias.

PR Lima

Ando sumido demais por esses tempos, e também gosto muito de todo mundo que me segue aqui no Blogger, a fim de não perder o contato com muitos, queria que me adicionassem no messenger: nishiwaki@ymail.com. Abraços.

Um comentário:

  1. bom poema. estava achando meio melancólico mas a última frase me fez ver que acredita no tempo como recriador, remediador e etc. é clichê mas dá novo ânimo.

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