14 maio 2009

Carência e Sabedoria

Loucura me liberta, me isenta de dor, amor e rancor. A dor me desperta, dos sonhos, dos desejos e daquele amor. O amor me tranqüiliza, faz-me ignorante e pétalas. O rancor me leva a loucura.
São circuncisões paralelas, são tudo que não existe, são tronos que me engrandece, objetivos e castelinhos, de mormaços aos trópicos de cânceres que em mim só consiste em leite franzino.
Eu me mutilo, física e psiquicamente, dando às minhas quimeras o sangue que escorre pelos meus segredos, lento, manto dos meus prantos. É êxtase para os meus fantasmas, aqueles que insistem em me lembrar de olhar para o penhasco. E desabo, caio, afundo, morro e inexisto.
Loucura me liberta, a dor me desperta, o rancor me alucina e o amor me resguarda de ser pior a cada dia.
Os dias são, pessoalmente, insuportáveis. Calo mas não saro, sopro e não vazo. Ponteiro parado, o suor dançando, reluz incidente clarão que se quer percebi despertar.
Ando, levado por um vicio: a loucura me fascina.


PR

3 comentários:

  1. Bastante em comum comigo, parabéns pela forma como se expressou!

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  2. Me pareceu uma viagem introspectiva regada por pensamentos asmáticos.

    Não tem nada de 'bad trip', me pareceu a medição do bater de coração de um que enfarta.

    O que quis dizer? Ah bem. É meu jeito de dizer que és sonoro.

    O escrito me tangeu, assustadoramente me tangeu.

    Até.

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