Recentemente terminei um relacionamento que quase, por outro caso que não este, acabaria em casamento. Lamento muito por não ter dado certo, lamento mais ainda por eu ter sido tão defeituoso e tão, sobre tudo, humano.
Temo muito antes de conhecer alguém que eu não satisfaça os requisitos básicos para o cargo de um Bom Namorado, mas eu tento ser absurdamente eu mesmo, porém, pelo contrário, ao meu último companheiro fui tudo que não sou, tudo que eu não queria. Eu gastei tempo demais tentando me moldar para agradar (com medo de perdê-lo) as perspectivas esperadas por ele: alguém que não fuma, que tenha uma estrutura rígida e postura madura, alguém que não beba muito nos finais de semana, que não ande com ‘supostos’ amigos que me ofertam diversão além do permitido segundo a escritura sagrada. Por ventura dele, o então em questão Ex, eu intolerantemente fui fiel, incompreensivamente dedicado, romântico à La século XIX, e mais, fui carinhoso e digamos que criativo nas horas de laser a dois. Mas acabou. Pena.
Segundo a astrologia chinesa, sou do signo de dragão do elemento terra, onde diz que meu temperamento é excessivo, ou seja, que em tudo que se pode sentir, em mim a potência desse sentimento é elevada. Sou um tipo, modéstia, de amante extremamente escroto, paparico, dedico poemas e MPB, faço cafuné até dormir, acordo na madrugada pra abraçar enquanto dorme e lá se vão as “melequeiras”. Em fim, sou uma boa pessoa, apesar dos meus inúmeros defeitos, e pergunto: o que seria de nós, humanos, sem os nossos defeitos? Querubins? Não, seriamos insuportáveis. Por tanto, quando eu disse no início deste texto que “lamento mais ainda por eu ter sido tão defeituoso e tão, sobre tudo, humano.” causei pleonasmo, quando “ser humano” e “ser defeituoso” são a mesma coisa.
Tento me relacionar com pessoas novas, mas não consigo, bem que tento. Hoje vi uma formiga agonizando numa teia de aranha, fiquei indagando se ela realmente quisesse sair de lá, porque eu imagino que ela ainda seria capaz de distinguir duas coisas: permanecer na teia e servir-se à aranha por saber que não teria mais jeito; continuar alimentando sua incansável esperança de escapar do casebre da predadora. Por dois ou três instantes, vi a formiga imóvel, ou pelo cansaço ou pela desistência ou mais ainda por um fingimento fútil de taquicardia, a aranha se aproximou e, acho que ela analisou, e também parou. O fim da formiguinha você já deve fazer idéia. Tento todos os dias me livrar de uma teia que o meu ex içou ao meu redor, onde quer que eu vá, eu me lembro do cheirinho do suor dele, onde quer que eu pare, tem alguma marca que deixei – uma vez disse que iríamos encher o mundo com as nossas iniciais, quase consegui, marquei “P & G” no banco do ponto do ônibus, na árvore onde ele me beijou pela primeira vez, no concreto fresco frente a pizzaria onde comemoramos o nosso aniversário de alguns meses, e também na qual onde vandalizei “P & G ∞(infinito)” com um rabisco numa parte da parede da pizzaria onde não podia rabiscar, e outros lugares mais. Mas não dá, ele continua me conquistando sempre que vejo uma fotografia com um sorrisão dele, ele continua me intimidando com a sua voz forte quanto trovão, continua me causando febre quando me toca. Continuo na teia dele.
Por fim, eu ainda amo, por mais que não queira, porque amar é sinônimo de dor e sofrimento tardio, e eu tenho uma estranha filia por sofrimento amoroso, amar é como andar em uma corda banda: você sabe que ou chegará ao outro lado a salvo, ou cairá num fundo de um prolongado frio-de-barriga.
Amar, lindo e tosto.
PR
Temo muito antes de conhecer alguém que eu não satisfaça os requisitos básicos para o cargo de um Bom Namorado, mas eu tento ser absurdamente eu mesmo, porém, pelo contrário, ao meu último companheiro fui tudo que não sou, tudo que eu não queria. Eu gastei tempo demais tentando me moldar para agradar (com medo de perdê-lo) as perspectivas esperadas por ele: alguém que não fuma, que tenha uma estrutura rígida e postura madura, alguém que não beba muito nos finais de semana, que não ande com ‘supostos’ amigos que me ofertam diversão além do permitido segundo a escritura sagrada. Por ventura dele, o então em questão Ex, eu intolerantemente fui fiel, incompreensivamente dedicado, romântico à La século XIX, e mais, fui carinhoso e digamos que criativo nas horas de laser a dois. Mas acabou. Pena.
Segundo a astrologia chinesa, sou do signo de dragão do elemento terra, onde diz que meu temperamento é excessivo, ou seja, que em tudo que se pode sentir, em mim a potência desse sentimento é elevada. Sou um tipo, modéstia, de amante extremamente escroto, paparico, dedico poemas e MPB, faço cafuné até dormir, acordo na madrugada pra abraçar enquanto dorme e lá se vão as “melequeiras”. Em fim, sou uma boa pessoa, apesar dos meus inúmeros defeitos, e pergunto: o que seria de nós, humanos, sem os nossos defeitos? Querubins? Não, seriamos insuportáveis. Por tanto, quando eu disse no início deste texto que “lamento mais ainda por eu ter sido tão defeituoso e tão, sobre tudo, humano.” causei pleonasmo, quando “ser humano” e “ser defeituoso” são a mesma coisa.
Tento me relacionar com pessoas novas, mas não consigo, bem que tento. Hoje vi uma formiga agonizando numa teia de aranha, fiquei indagando se ela realmente quisesse sair de lá, porque eu imagino que ela ainda seria capaz de distinguir duas coisas: permanecer na teia e servir-se à aranha por saber que não teria mais jeito; continuar alimentando sua incansável esperança de escapar do casebre da predadora. Por dois ou três instantes, vi a formiga imóvel, ou pelo cansaço ou pela desistência ou mais ainda por um fingimento fútil de taquicardia, a aranha se aproximou e, acho que ela analisou, e também parou. O fim da formiguinha você já deve fazer idéia. Tento todos os dias me livrar de uma teia que o meu ex içou ao meu redor, onde quer que eu vá, eu me lembro do cheirinho do suor dele, onde quer que eu pare, tem alguma marca que deixei – uma vez disse que iríamos encher o mundo com as nossas iniciais, quase consegui, marquei “P & G” no banco do ponto do ônibus, na árvore onde ele me beijou pela primeira vez, no concreto fresco frente a pizzaria onde comemoramos o nosso aniversário de alguns meses, e também na qual onde vandalizei “P & G ∞(infinito)” com um rabisco numa parte da parede da pizzaria onde não podia rabiscar, e outros lugares mais. Mas não dá, ele continua me conquistando sempre que vejo uma fotografia com um sorrisão dele, ele continua me intimidando com a sua voz forte quanto trovão, continua me causando febre quando me toca. Continuo na teia dele.
Por fim, eu ainda amo, por mais que não queira, porque amar é sinônimo de dor e sofrimento tardio, e eu tenho uma estranha filia por sofrimento amoroso, amar é como andar em uma corda banda: você sabe que ou chegará ao outro lado a salvo, ou cairá num fundo de um prolongado frio-de-barriga.
Amar, lindo e tosto.
PR
Visitem o meu Recanto: http://recantodasletras.uol.com.br/autor
Estou comentando pelo Voluntários em Ação.
ResponderExcluirTambém acho que amor só se tiver alegria...
Confere também: www.blogvoluntario.org.br
"O que seria de nós, humanos, sem os nossos defeitos? Querubins? Não, seriamos insuportáveis."
ResponderExcluirMuito boa sua frase!
Li seu texto e fiquei pensando no amor... e você tem razão, ele é como andar numa corda banda.
Gostei do teu blog!
;*
Amor só rima com dor.
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