22 abril 2009

Lástimas


(obs.: material
erótico)

Os lábios de Eduardo costumavam ter sabores diversos, tinha um rosto delicado demais para um menino e o seu olhar verde-acastanhado costumava deixar Fernando sem reação, e, este mesmo olhar fixou no rosto afilado dele, quando o carro estacionou em frente a casa com as luzes apagadas – exceto uma que suspirava um clima de bossa. Ao mesmo tempo que depressa e extremamente lento, Eduardo beijou Fernando silenciando todas as reticências que pairavam pelos ares. Suas mãos navegavam sobre as ondas do corpo de Fernando e exploravam os íntimos erógenos, a língua de Eduardo lascivamente derretia na orelha e deslizava por todo o pescoço, nuca e ombro, enquanto as mãos chegavam entre as coxas deixando Fernando em um descontrole sublime. Trémulo, o respingo da voz de Eduardo tapou após abrir o zíper da bermuda, e Fernando suspirava, afogava, eriçando seus sentidos. Aos poucos Eduardo conhecia melhor o sabor mais tímido e oculto, febril e adocicado de Fernando que fulminou a resistência.
Eduardo, gruindo um sorriso no canto da boca, hesitou: quem diria que eu me divertiria mais na despedida do nosso encontro. Podemos nos encontrar outra vez?
Com uma voz de reluto, Fernando respondeu: na próxima vez, tenho que me lembrar de trazer lenço...
- e isso quer dizer que nos encontraremos outra vez? Perguntou Eduardo.
Calado, Fernando apenas inflamou um sano olhar de ingénuo, saiu do carro e caminhou em direção ao portão, largou um aceno de mão e condensou sua silhueta em meio à luz embriagada da frente de sua casa.

PR Lima

4 comentários:

  1. Investigue, mexa, copie, fique à vontade no código-fonte.
    -
    Estranhei o aviso de "Blog não encontrado". Bem, agora já está explicado o porquê do mesmo.

    Bjs

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  2. Nossa! Intenso!
    Gostei do blog, rapaz!

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