06 maio 2010

O Naipe Desgraçado

Ao que o tempero de um corpo se mistura a lírica alma de um homem, nasce a paixão. Que morra caquética a tristeza que nunca desata da garganta, a febre que sufoca o coração de um amante não amado. A dor e o pesado vazio que manifestam no silêncio de um pesadelo careado com a mágoa e a raiva. Alimentado com o ódio e o sangue do fálico sexo.
Sangra, sangra sofredor, vítima do amor. Sofra, sofra e morra pelos prantos que não nasceram, das agulhas que não te curaram, pelo clamor que nunca foi respondido. Grite, rasgue a garganta com o nó, asfixie o coração com a febre, derreta teus olhos sobre o espírito maldito que atreveu criar o amor.
- amor, amor e ódio, trágico conto erótico.
Nesse teu coração há um Rei, desesperado e aflito, com sua plebe massacrada, com a sua coroa quebrada e sua Copa despedaçada. O amor destrói, o amor constrói. Ele erra, corrige, erra e aprende. Veja, o amor é o teu coração, não quem tu amas. Mergulhe, embebeda-se nesse sentimento que não explica o bem, mas concretiza o mal.
O amor é você mesmo.

PR Lima

Um comentário:

  1. UAU!!

    "...embebeda-se nesse sentimento que não explica o bem, mas concretiza o mal."

    Depois disso o que eu vou dizer???
    Um dia descubro o por que dessa paixão louca pelo amor, se o meu coração sobreviver até lá, claro.

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