Silenciado pela inquietação dos meus devaneios, afogo-me no doce abismo do cálice. Transbordando-me de calafrios, arrepios, sexo.
Da sombra do meu travesseiro surge um homem, nu, de asas negras, ferindo a minha paz. Tremo, grito e corro, mas estou perdido em minha cama. O homem me abraça com suas mãos frias e rígidas, navegando-as aos meus lábios. Numa blandícia maligna, espreme o meu ar, sinto conforto, um terrível conforto. Um orgasmo de desespero.
Acordo como se estivesse renascido, infelizmente, em mais um pesadelo: meu quarto está repleto de demônios, todos me deblaterando com gargalhadas e grunhidas. Meu terror está acordado. Minha alma pútrida. Meu espírito corrompido. Meu coração barateado.
Prostrei-me,
Pr Lima